Veterinária piauiense desenvolve técnica de engorda de ovinos em sistema integrado com a cajucultura

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Veterinária piauiense desenvolve técnica de engorda de ovinos em sistema integrado com a cajucultura

A médica veterinária Tânia Leal, desenvolveu junto com a Embrapa Meio-Norte, um sistema de engorda ou terminação de carneiros da raça Santa Inês, em pastagem de capim Massai, integrado com cajueiro. Esse sistema é denominado silvipastoril. É uma prática que visa integrar árvores, forragem e animais, de forma mutuamente benéfica.

Foi feito um estudo comparativo entre o sistema convencional, denominado monocultivo, onde não há a presença de arvores, e o sistema silvipastoril. Uma das vantagens do Sistema silvipastoril com cajueiro em relação ao convencional, é que o primeiro oferece melhores condições de ambiente. A sombra dos cajueiros proporciona aos ovinos maior conforto, além de diminuição do estresse, melhorando o desempenho dos animais.

Ao se avaliar o comportamento de cordeiros no sistema de monocultivo e no sistema silvipastoril com cajueiro, constatou-se maior tempo de pastejo no sistema silvipastoril. Esse fato pode ser explicado pelo conforto térmico oferecido pelas árvores, que favoreceu a um maior tempo em atividade de pastejo pelos cordeiros. Quanto ao desempenho dos animais, verificou-se que os ovinos do sistema silvipastoril apresentaram um maior ganho de peso, atribuído, entre outros fatores, ao melhor conforto térmico fornecido pelas árvores. Outra grande vantagem do sistema é proporcionar aos cajucultores a possibilidade de ter fonte de renda, uma vez que a produção do caju ocorre apenas durante dois a três meses do ano, ficando essas áreas ociosas o restante período. Com a engorda dos ovinos é possível dar uma melhor utilização a essas áreas. Outra forte justificativa consiste no fato do Piauí possuir grandes áreas de cajucultura.

No sistema proposto pela pesquisa, os ovinos entram no pasto logo após o desmane, que ocorre geralmente aos três meses de idade e permanecem no pasto por cerca de 90 dias.  A área de pastejo é dividida em 10 piquetes e cada piquete é pastejado por três dias e permanecendo 27 dias em descanso. É um sistema de pastagem rotacionado com irrigação e adubação do pasto.

Em ensaios preliminares, observou-se um ganho de peso médio de 130g/animal/dia. Portanto se os animais entrarem no sistema com 18 kg, no final de 90 dias eles sairão com aproximadamente 30 kg. Estes ovinos estarão prontos para abate. Com essa idade eles apresentam carne tenra, cobertura moderada de gordura, estas características são exigidas pelo mercado consumidor.

Esse sistema pode ser adotado por médios e grandes proprietários interessados em dar um melhor uso às suas propriedades. A adoção dos sistemas silvipastoris também é favorecida pela crescente preocupação com as condições ambientais uma vez que possibilita a exploração de duas atividades econômicas na mesma área, o que reduz a necessidade de novos desmatamentos, além da adoção de melhores práticas de manejo na agricultura e pecuária.

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